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quarta-feira, dezembro 26, 2012

Discos que formaram meu caráter (parte 7) -Appetite for Destruction – Guns N`Roses (1987)

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Por Marcelo Guido

Muito bem amiguinhos, não é por que é natal que iremos deixar nossa viagem de lado. Aliais um feliz natal a todos que me dão a honra de serem meus leitores.

Bom sem mais sentimentalismos natalinos vamos ao que realmente interessa. O disco de hoje pode passar incauto para muitos entendedores, ou até com ar de deboche passar “Despercebido”, talvez pelos caminhos que a banda seguiu ou até por se tratar de uma banda que não faz nada relevante já há alguns anos.

O álbum em questão chama-se  “Appetite for Destruction” e foi a estreia dos caras do Guns N`Roses, é um disco extremamente fantástico no mais puro sentido da palavra. Lançado em 1987 esta bolacha já foi 18 vezes disco de platina e mantém há anos o titulo de “álbum estreia mais vendido de todos os tempos”.

Voltamos no tempo, e vemos um cenário na década perdida, um tempo onde o “Hard Rock” dominava as paradas, ser sujo, brutal e decadente não era apenas uma jogada de marketing e sim um estilo de vida. Todos sonhavam com isso e para se destacar na multidão era preciso ser bom, e os caras foram mais que bons, foram fodas.

Para mostrar o grande poder do disco, vamos velo por faixas.

De cara temos a “Fodastica” “Welcome to the Jungle”, violentamente sarcástica e real, fala dos perigos de se viver em uma cidade grande, dos riscos que se corre quando se procura prazer ou sucesso. Tocou exaustivamente nas rádios e seu clipe foi  censurado pela MTV, mas o público tanto exigiu que entrou na grade oficial da emissora. Clássico.  “It`s So Easy” começa com uma “Homenagem” para os caras do Sex Pistols, o começo da música e similar ao da canção “Liar” do grupo britânico, a letra fala de como as coisas ficam tediosas quando se tornam fáceis, sim é uma canção punk. 

Já “Nightrain” é uma ode a uma marca de vinho deveras vagabundo, que por ser barato era muito consumido pelos membros da banda nos momentos de dureza. “Out Ta Get Me”, conta a história dos problemas com a “Lei” que o vocalista Axel Rose sempre, eu disse sempre teve. “Mr.Browstone”  fala do vício em Heroina, Browstone é o nome popular da droga nos EUA, versos como “eu costumava a usar pouco, mas depois o pouco foi aumentando...”. São fortes, mas mostram a decadência de quem se aventura por esse caminho. Outro clássico “Paradise City”, composta em uma van fala da cidade de Los Angeles, ou sobre qualquer cidade onde você pode se divertir. Todos tem uma cidade assim. 

”My Michelle” trata-se de uma homenagem a Michelle Young, amiga dos tempos de escola de Slash, e fala da vida “divertida” da garota, seu vício em drogas, morte de sua mãe e percalços em sua vida.  “Think About You”, fala de Hollywood e suas festas, drogas, sexo fácil e claro dinheiro. “Sweet Child O`Mine”, clássico, a doce criança da música é uma referencia clara a Erin Everly, que era namorada de Axel e depois sua esposa. Uma canção de amor. “You`re Crazy”, fala de loucura, mas a loucura do dia-dia que todos temos que enfrentar assim que acordamos. “Anything Goes” fala de como você pode mudar a vida, a sua, nem que seja para algo louco e relativamente sem noção. “Rocket Queen”, outra “homenagem” a uma garota de vida fácil, por quem Axel nutria uma paixão, a Rainha do submundo.

Com tantos temas relatados, se a intenção era chocar logo na estreia os caras foram extremamente felizes. Essa bolacha não pode passar em branco porque é um discaço.
O Brasil teve a sorte de conhecer esse disco com a capa original, por que um “robô estuprador” causou um verdadeiro rebuliço nas ordens da conservadora sociedade americana, lá a capa foi substituída pela imagem da tatuagem de Axel (aquela da cruz).

Uma junção fantástica de musicas incríveis, que agradavam a todos, dos fãs do “Glam Rock”, bajulados por suas performances e seu visual (cartola, bandana, Shorts, couro, essas coisas), Punks (alinhados com sua fúria e rebelião) e claro os puristas ( com seu som totalmente baseado em riffs), é realmente não tinha como dar errado.

É preciso admitir os caras eram “Roqueiros da Pesada” e levavam isso a sério. Não se pode negar que este disco é uma viagem e que felizmente vai durar para sempre.
Hoje em dia honestamente falando, não vejo mais importância na banda. Mas quando indagado sempre respondo da seguinte forma.

“Appetite for Destruction é um disco do caralho, e o Guns merece meu respeito pelo passado que tem, quanto à relevância, já foi muito relevante ai eu fiz 13 anos”. Este disco foi o mais próximo que o Hard Rock chegou do punk. Longa vida ao Rock....Feliz Ano Velho.

Marcelo Guido é Punk, Jornalista, Professor, Pai e Marido “Prefere o espírito de porco ao Natalino”. 

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